Ansiedade, o que é? Como podemos lidar?
Vivemos em um mundo cada vez mais agitado, competitivo, com mudanças constantes, novas informações e tecnologias, descobertas, suposições, estudos, etc. Agregado a tudo isso vem as dúvidas, medos provocando a sensação, muitas vezes, desconfortável de ansiedade.
Para entendermos melhor a respeito dessa sensação é necessário sabermos do que se trata. O termo ansiedade pode ser definido ou caracterizado de diversas formas. Se buscarmos a definição em um dicionário as palavras, agonia, aflição, angústia, impaciência podem ser apresentadas, no entanto, alguns desses termos também necessitam serem melhores compreendidos, mas vamos nos ater ao tema inicial.
A ansiedade pode ser experimentada de diversas formas
Considerando esta subjetividade, algumas pessoas podem estar experimentando episódios de ansiedade e não perceberem ou o contrário, podem estar já se autodiagnosticando ou sendo diagnosticado pelo senso comum por outro que talvez não tenha a competência necessária para isto, e não necessariamente sintomas suficientes para caracterizar uma crise de ansiedade, mas isto pode provocar uma crise ansiosa.
O que devemos saber sobre ansiedade?
Em uma conceituação breve e descrito no DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5º edition), ansiedade tem como uma de suas características o medo. Considerando que esta característica não se trata de medo de algo iminente real, mas de uma situação que pode vir a acontecer, trocando em miúdos, indivíduo antecipa uma situação que lhe trará angústia ou sofrimento, ou seu oposto, criando expectativas a respeito de algo que pode nem vir a acontecer.
Estar preparado para algo não deve ser desconsiderado, ser precavido para determinadas coisas tem sua relevância e benefício. Muitas vezes nos preparamos para enfrentar uma situação aversiva, que nem sempre sabemos se é real, pois não queremos passar por mal bocados em relação a ela e acabamos focando apenas na situação que pode vir a acontecer, deixando de prestar atenção em algo real e que está acontecendo deixando passar despercebidas condições que podem solucionar o problema. O que quero dizer é que a maioria das vezes antecipamos tanto a situação que não desejamos, que antes dela se apresentar já estamos vivendo o momento, mesmo sendo este algo apenas fruto da imaginação.
Agora considerando esses gatilhos para situações de ansiedade, existem algumas possibilidades que devem ser levadas em conta, pois estes gatilhos podem ser premissas de situações vividas pelo indivíduo, por experiências presenciadas onde a situação ocorreu com outras pessoas, por situações exemplificadas por experiências de outros, com isto fazendo com que a partir destas situações apresentadas criemos um cenário hipotético onde já está acontecendo a situação que não queremos ter.
Estar “preparado” está sendo benéfico ou não?
Como dito anteriormente, estar preparado para situações adversas é importante, mas temos de considerar se estar “preparado” está sendo benéfico ou não, pois considerando que a expectativa de algo ruim vir a acontecer, promove no ser humano um estado de vigília constante que pode vir a promover malefícios para seu organismo, como insônia, baixa concentração e até mesmo promover o desenvolvimento de ulceras estomacais pela liberação de adrenalina e cortisol fazendo com que o corpo produza suco gástrico em demasia, assim agredindo o sistema digestivo.
Agora sabendo que antecipar situações que podem nem sequer vir a acontecer e que esperar por esta situação antes mesmo dela se apresentar devemos explorar o que nos provoca ansiedade. Um dos critérios seria o de nos conhecer, esse critério, que pode ser corroborado com psicoterapia, e a promoção do conhecimento sobre quais são nossos limites e o que faz com que ajamos de determinadas maneiras, podem trazer benefícios e inteligência emocional para solucionarmos muitos de nossos problemas.
Outro critério e já citado é o de desenvolver a inteligência emocional. Com isso, parte das nossas ansiedades e não apenas elas podem ser superadas, quero dizer com isto que devemos nos conhecer o melhor possível para que saibamos como solucionar nossos problemas. Pois, só sabendo que existem questões a serem resolvidas que a possibilidade de resolver se dá.
Também não podemos deixar de considerar situações extremas não levando em conta outras abordagens e possibilidades, mas considero que o entender-se já é um grande passo para superar algumas dificuldades.
Então considerando tudo o que foi dito, é possível deixar a vida menos difícil, levando em conta alguns critérios como, conhecer-se plenamente, deixar de antecipar o problema, mas caso seja impossível planejar qual será a melhor maneira de lidar com a situação e determinar uma ação que solucione ou diminua a aversão da situação, assim focando na solução não no problema.
Todos merecemos estar bem e nos sentirmos bem, aproveitando tudo de bom que a vida pode proporcionar, mesmo que em alguns momentos problemas surjam, e como descrito na sábia expressão popular, nem tudo são flores.
Por Fabiano Walczak – Psicólogo do Acolhimento Institucional da ACRIDAS
Revisão de Texto – Gabrielle L dos Santos – Embaixadora ACRIDAS